Morrer de sede em frente ao mar...
Já se viu diante de uma situação em que a solução do seu problema está ali, na sua frente, ao alcance de suas mãos, mas você não pode tocar? Dá até pra sentir o calor da presença, o cheiro que exala... E ainda assim você não pode tocar... Desejo é bom, ambicionar faz parte do jogo, embora a ambição às vezes te leve por caminhos tortuosos, aonde nem sempre o que parece é, nem sempre o que se mostra bonito é o mais atraente, nem sempre o mais fácil é o mais viável. A pedra que surje no caminho incomoda, talvez você tenha que dar a volta, ou mesmo pulá-la, e mesmo assim ela se materializa novamente, parecendo um espectro que lhe persegue sem descanso, tudo fazendo para desanimar ou mesmo convencer você a desistir de percorrer o caminho e assim realizar o desejo do destino. Tudo está escrito, tudo está definido, e por mais que você fuja, dê voltas e evite, ele te encontra e te faz vítima do senso de humor insaciável do qual ele, o destino, se alimenta. Tal qual marionetes nas mãos de um louco artista, seguimos roteiros mal escritos aos nossos olhos e duvidamos, questionamos, maldizemos, reclamamos e lamentamos. Quando, enfim, a verdade lhe surge diante dos olhos, talvez a incredulidade lhe acometa e ainda assim você duvide da beleza daquilo que lhe é concedido; então você se pega lutando contra aquilo que deveria lhe fazer bem, por insistir em não acreditar que você é merecedor daquilo que é presenteado pelo destino.
E de onde vem essa insatisfação? De onde vem essa necessidade do conflito? Ou pior ainda, o comodismo, a completa fuga, o isolamento. Por que não aceitar as coisas como elas são? Quem você acha que é? Quem você é para você mesmo? Quando você se olha no espelho, quem você vê? Tem coisa pior do que você não gostar de você mesmo a ponto de não acreditar que a beleza pode fazer parte da sua vida? Que você pode ser um privilegiado por ter chances que muitas pessoas atravessam a vida sonhando sem jamais conseguir realizar? Agora... se você é mais uma das vítimas do humor maldoso do destino, resta a resignação, seguir em frente acreditando que a beleza é sim, algo real, palpável e sua. O gênio da lâmpada não é mais que você acreditando em você mesmo e os desejos concedidos são as suas conquistas, fruto da sua obstinação em encontrar a tão almejada felicidade...